A tributação para anfitriões do Airbnb costuma gerar dúvidas, principalmente quando a atividade começa a crescer e a receita se torna recorrente. Muitos iniciam no CPF, mas rapidamente percebem que o imposto aumenta, as regras ficam mais rígidas e a margem de lucro diminui.
Por outro lado, operar com CNPJ permite enquadramento adequado, previsibilidade e economia tributária. Entretanto, cada modelo possui impactos diferentes, e entender essa distinção é essencial para evitar riscos e maximizar resultados.
Este guia explica, de forma clara e prática, quanto você realmente paga de imposto no CPF e no CNPJ, como cada sistema funciona e quando a migração para empresa se torna inevitável.

Índice
ToggleComo funciona a tributação do Airbnb na Pessoa Física (CPF)
A Receita Federal considera os rendimentos de hospedagem no Airbnb como renda tributável, o que implica obrigação de declarar e recolher imposto. Embora seja possível atuar como CPF, isso tende a ser desvantajoso à medida que o faturamento cresce.
Carnê-Leão e tributação mensal
Quando a hospedagem gera receita frequente, você precisa recolher mensalmente pelo Carnê-Leão, utilizando a tabela progressiva do IRPF.
A alíquota varia conforme a faixa de renda e pode atingir 27,5%, especialmente quando o anfitrião possui outros rendimentos. Por esse motivo, o imposto tende a consumir uma parte significativa do lucro.
Além disso, despesas relacionadas ao imóvel só são aceitas parcialmente, o que reduz a capacidade de planejamento tributário.
Limitações e riscos na pessoa física
Mesmo quando pequena, a operação no CPF pode gerar diversos problemas, já que ela tende a se tornar menos eficiente à medida que o volume de hospedagens cresce. Entre os principais pontos de atenção estão:
- tributação alta e imprevisível,
- dificuldade para separar gastos pessoais e da atividade,
- risco de multas por falta de declaração,
- impossibilidade de emitir nota fiscal em muitos municípios,
- risco crescente após a Reforma Tributária, que passou a tratar hospedagem como serviço.
Por isso, esses fatores tornam o CPF um modelo pouco competitivo quando o proprietário aluga imóveis com frequência.
Como funciona a tributação do Airbnb na Pessoa Jurídica (CNPJ)
Ao operar com CNPJ, a hospedagem passa a ser tratada como atividade empresarial, enquadrada nos serviços de hotelaria e hospedagem. Isso permite acesso a regimes com regras claras, alíquotas menores e previsibilidade.
Simples Nacional: a escolha mais comum
No Simples Nacional, o imposto é calculado pela receita do mês e unificado em uma única guia. Além disso, muitos anfitriões conseguem se manter no Anexo III, iniciando a tributação em 6%.
Essa diferença é expressiva quando comparada à pessoa física, em que o imposto pode superar 20% facilmente.
O enquadramento no Anexo III depende do cálculo do Fator R, uma fórmula que relaciona a folha de pagamento com o faturamento. Com planejamento, é possível permanecer nessa faixa, reduzindo a carga tributária.
Lucro Presumido: quando vale a pena
Para anfitriões com receita mais alta, o Lucro Presumido pode ser interessante. As alíquotas variam entre 11% e 15%, dependendo da cidade e da composição dos impostos.
Embora maior que o Simples em alguns casos, ele dá flexibilidade e funciona bem para operações estruturadas.
Tabela Comparativa: Quanto você paga de imposto no CPF vs CNPJ
A seguir, uma tabela clara que resume o impacto tributário na prática:
| Faturamento Mensal | Imposto no CPF (Carnê-Leão) | Imposto no CNPJ (Simples Nacional – Anexo III) | Economia Mensal Aproximanda |
| R$ 3.000 | ~ R$ 345 | ~ R$ 180 | ~ R$ 165 |
| R$ 5.000 | ~ R$ 825 | ~ R$ 300 | ~ R$ 525 |
| R$ 8.000 | ~ R$ 1.650 | ~ R$ 480 | ~ R$ 1.170 |
| R$ 12.000 | ~ R$ 2.970 | ~ R$ 720 | ~ R$ 2.250 |
Observação: os valores são estimativas com base nas alíquotas vigentes e podem variar de acordo com despesas, abatimentos e legislação municipal.
Quando vale a pena migrar do CPF para o CNPJ
A formalização se torna necessária quando:
- a receita mensal passa dos R$ 5.000 a R$ 7.000;
- existem mais de um imóvel administrado;
- há prestação de serviços adicionais (limpeza, enxoval, concierge);
- a prefeitura exige emissão de nota fiscal;
- você deseja previsibilidade tributária.
Além disso, a Reforma Tributária reforçou o enquadramento da hospedagem como serviço, aumentando a chance de fiscalizações para quem permanece como CPF.
Por isso, migrar para CNPJ é mais do que economia: é proteção e segurança operacional.
Como os bancos e a Receita cruzam dados do Airbnb
Os relatórios enviados pela plataforma contêm informações essenciais para a apuração fiscal, como:
- total das reservas,
- taxas cobradas,
- valores líquidos pagos,
- datas de recebimento.
Esses dados são compartilhados automaticamente, o que permite que a Receita Federal compare facilmente:
- o que você recebeu,
- o que declarou,
- o que recolheu.
Quando existem discrepâncias, o anfitrião pode enfrentar notificações, malha fina e cobranças retroativas. Com CNPJ, entretanto, esse risco diminui significativamente, já que a estrutura empresarial oferece maior coerência entre faturamento, declarações e documentos fiscais.
Por que o CNPJ gera economia imediata
O modelo empresarial permite:
- acesso a alíquotas mais baixas;
- previsibilidade ao longo do ano;
- dedução de despesas essenciais;
- emissão de nota fiscal sem riscos;
- maior facilidade no relacionamento bancário.
Além disso, o CNPJ protege seu patrimônio pessoal, especialmente quando a hospedagem envolve alta rotatividade e responsabilidade civil.
Como a SABER Contábil reduz sua carga tributária no Airbnb
A SABER desenvolveu uma metodologia exclusiva para anfitriões, que inclui:
- análise de viabilidade entre CPF e CNPJ;
- enquadramento correto no CNAE de hospedagem;
- cálculo estratégico do Fator R;
- redução do ISS quando aplicável;
- configuração da nota fiscal municipal;
- controle mensal da carga tributária;
- suporte contínuo com foco em economia.
Em muitos casos, o anfitrião recupera em economia múltiplos do valor investido na contabilidade.
Conclusão: Operar com CNPJ é o caminho mais seguro e lucrativo
À medida que seu Airbnb cresce, atuar como pessoa física se torna caro, arriscado e limitado. A formalização com CNPJ traz economia, previsibilidade e segurança jurídica.
Se você deseja estruturar sua operação e pagar apenas o imposto necessário, o passo mais inteligente é contar com especialistas que entendem o setor.
Fale com a SABER Contábil e descubra quanto você pode economizar operando corretamente no Airbnb.
FAQs – Perguntas Frequentes sobre Tributação no Airbnb
1. Preciso pagar imposto mesmo alugando pelo Airbnb como “renda extra”?
Sim, precisa. Mesmo quando a hospedagem funciona apenas como uma renda extra, os valores recebidos são considerados rendimentos tributáveis. Por isso, é importante declarar corretamente para evitar, no futuro, multa, juros ou cobrança retroativa da Receita Federal.
2. O Airbnb informa meus ganhos para a Receita Federal?
Sim. A plataforma envia relatórios com os valores pagos aos anfitriões, e esses dados podem ser utilizados pela Receita Federal no cruzamento de informações. Dessa forma, se o que você declara não combina com o que recebeu, aumentam as chances de cair na malha fina.
3. É verdade que o CNPJ paga menos imposto que o CPF?
Na maioria dos casos, sim. No CPF, a tributação segue a tabela progressiva do Imposto de Renda, que pode chegar a 27,5%. Já no CNPJ, em muitos cenários, a tributação no Simples Nacional começa em torno de 6%, o que costuma gerar uma economia relevante, especialmente quando a operação cresce.
4. Com apenas um imóvel já vale a pena abrir empresa?
Depende. Se o imóvel gera reservas frequentes, se a renda mensal média se aproxima ou supera R$ 5.000 ou se você pretende expandir a operação, vale analisar a abertura de CNPJ. Nesse contexto, uma simulação comparando CPF e CNPJ ajuda a entender qual modelo é mais vantajoso no seu caso.
5. Posso emitir nota fiscal no CPF?
Em alguns municípios, sim; em outros, não. Em muitas cidades, a emissão de nota fiscal é exigida apenas quando há CNPJ, especialmente quando a prefeitura enquadra o Airbnb como prestação de serviços de hospedagem. Portanto, se o seu município trata o Airbnb dessa forma, deixar de emitir nota pode gerar cobrança de ISS retroativo.






