Empresa de Pequeno Porte (EPP): o que é, quanto pode faturar e como funciona na prática

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Empresa de Pequeno Porte (EPP) está entre os formatos mais importantes para quem vive a fase de expansão do negócio. Em muitos casos, a empresa já superou o limite de faturamento da Microempresa e, por isso, precisa de mais estrutura, mais organização e maior capacidade operacional para continuar crescendo com segurança. Dessa forma, compreender exatamente o que significa ser uma EPP é essencial para evitar erros, pagar menos impostos dentro da lei e aproveitar todas as oportunidades que esse porte oferece.

Como contador, vejo diariamente empresas que crescem rápido, mas demoram para ajustar o porte e, consequentemente, enfrentam problemas fiscais, restrições em linhas de crédito e até desenquadramentos involuntários. Por outro lado, negócios que fazem a migração corretamente conseguem aumentar a eficiência, conquistar novos mercados e fortalecer o relacionamento com bancos, fornecedores e órgãos públicos.

Neste guia completo e atualizado, você entenderá como funciona uma EPP, qual é o limite de faturamento, quais são os regimes tributários possíveis, como escolher a natureza jurídica e por que a contabilidade é tão importante durante essa fase de expansão.

Para começar, vamos ao conceito central.

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O que é uma Empresa de Pequeno Porte (EPP)?

Uma Empresa de Pequeno Porte (EPP) é uma empresa formalmente constituída que possui faturamento anual entre R$ 360 mil e R$ 4,8 milhões, conforme determina a Lei Complementar nº 123/2006 — a mesma Lei Geral da Micro e Pequena Empresa. Esse porte atende negócios em pleno crescimento e que já não se encaixam mais no modelo da Microempresa.

A EPP oferece vantagens importantes, como maior flexibilidade operacional, acesso a licitações públicas, linhas de crédito mais altas e maior credibilidade perante o mercado. Além disso, diferentemente do MEI, que possui diversas limitações, a EPP pode atuar em praticamente todas as atividades permitidas no país, incluindo áreas regulamentadas e operações de maior complexidade.

Outro ponto essencial é que a EPP pode ter um ou vários sócios, dependendo da natureza jurídica escolhida, o que oferece liberdade para estruturar o negócio conforme suas necessidades e objetivos.

Para entender melhor esse porte, vamos ao seu principal critério: o faturamento.

Limite de faturamento da EPP

O faturamento é o fator determinante para que uma empresa seja classificada como EPP. Esse porte permite faturamento entre R$ 360 mil e R$ 4,8 milhões por ano, considerando a receita bruta total obtida com vendas ou prestação de serviços.

Esse limite é importante porque:

• define o porte empresarial, influenciando obrigações e regras fiscais;
• determina se a empresa pode ou não permanecer no Simples Nacional;
• impacta diretamente o planejamento financeiro e tributário;
• evita problemas como autuações e desenquadramentos;

Além disso, acompanhar o faturamento mês a mês é essencial para impedir que a empresa ultrapasse o limite do Simples sem perceber — o que gera multas e obrigações retroativas.

Agora que você conhece o limite de receita, vamos avançar para os modelos tributários disponíveis.

Regimes tributários possíveis para uma EPP

Uma EPP pode optar entre três regimes tributários. Cada modelo possui características específicas e pode ser extremamente vantajoso dependendo da atividade e da estrutura de custos. Por isso, a análise profissional de um contador é indispensável.

A seguir, você verá como funciona cada regime.

1. Simples Nacional

Simples Nacional é o regime mais utilizado pelas EPPs, pois unifica vários tributos em uma única guia (DAS), reduz a burocracia e facilita o controle tributário.

Ele costuma ser ideal para empresas que:

• possuem estrutura enxuta;
• atuam em atividades com alíquotas competitivas dentro dos anexos do Simples;
• buscam simplicidade na apuração tributária;
• têm faturamento estável e previsível;

No entanto, é importante considerar que, à medida que a empresa se aproxima do limite de R$ 4,8 milhões, as alíquotas podem se tornar mais elevadas, reduzindo a vantagem competitiva do regime.

2. Lucro Presumido

Lucro Presumido utiliza percentuais pré-definidos pelo governo para determinar o lucro sobre o qual incidem IRPJ e CSLL. O cálculo é trimestral e, por essa razão, permite maior previsibilidade no fluxo tributário.

Esse regime beneficia EPPs que:

possuem alta margem de lucro;
não aproveitam créditos de PIS/COFINS;
não podem permanecer no Simples;
atuam em setores de maior rentabilidade;

Empresas como clínicas, consultorias, agências e escritórios costumam ter excelente desempenho nesse modelo.

3. Lucro Real

No Lucro Real, o imposto é calculado sobre o lucro efetivo da empresa, considerando todas as despesas dedutíveis. Embora seja mais complexo, pode gerar economia relevante em diversos cenários.

Esse regime é vantajoso quando a empresa:

possui custos operacionais altos;
opera com margens reduzidas;
deseja aproveitar créditos de PIS/COFINS;
participa de contratos que exigem esse modelo;

Apesar da complexidade, o Lucro Real pode ser o regime mais econômico para determinadas atividades — desde que a contabilidade seja altamente estruturada.

Com os regimes explicados, vamos aos impostos comuns de uma EPP.

Principais impostos pagos por uma EPP

A carga tributária de uma EPP depende do regime escolhido. Entretanto, alguns tributos aparecem com frequência na rotina empresarial, como:

IRPJ, CSLL, PIS, COFINS, ISS, ICMS, IPI e CPP.

No Simples Nacional, a maior parte desses impostos é consolidada em uma única guia. Já nos regimes de Lucro Presumido e Lucro Real, os tributos são calculados separadamente, o que aumenta a complexidade — mas também abre espaço para crédito fiscal e economia bem planejada.

Agora que você já conhece os impostos, vamos tratar das naturezas jurídicas possíveis.

Naturezas jurídicas possíveis para uma EPP

A natureza jurídica define como a empresa funciona legalmente. Ela determina responsabilidade dos sócios, exigências formais e até como funciona a divisão societária. Portanto, escolher a natureza correta é decisivo para evitar riscos futuros.

A seguir, você verá opções comuns e adequadas para esse porte.

1. Empresário Individual (EI)

Empresário Individual (EI) é a forma mais simples de atuar como pessoa jurídica, mas também é a que exige mais cuidado. Isso porque, nesse modelo, não há separação entre o patrimônio pessoal e o patrimônio da empresa. Em termos práticos, isso significa que o dono responde com seus bens pessoais pelas dívidas e obrigações do negócio, o que aumenta o risco em situações de endividamento, ações judiciais ou problemas fiscais.

Esse tipo de natureza jurídica costuma ser escolhido por empresários que desejam agilidade na abertura, menor formalidade inicial e que atuam em atividades consideradas de baixo risco. No entanto, à medida que a empresa cresce e se torna uma EPP com maior faturamento, mais funcionários e mais contratos, o modelo de Empresário Individual pode se tornar frágil do ponto de vista de proteção patrimonial.

Por isso, embora o EI seja juridicamente permitido para empresas de pequeno porte, é altamente recomendável avaliar, com apoio contábil e jurídico, se não é o momento de migrar para uma estrutura com responsabilidade limitada, como a SLU ou a LTDA, que oferecem mais segurança para o crescimento do negócio.

2. Sociedade Limitada Unipessoal (SLU)

SLU permite abrir uma empresa com um único sócio sem misturar o patrimônio pessoal e empresarial. Isso significa que, se a empresa contrair dívidas, os bens próprios do proprietário ficam protegidos.

Além de oferecer segurança jurídica, a SLU não exige capital social mínimo e ainda mantém a flexibilidade de gestão típica de uma LTDA. Por isso, ela é uma das opções mais recomendadas para EPPs com apenas um titular.

3. Sociedade Limitada (LTDA)

LTDA é a opção ideal quando a empresa possui dois ou mais sócios. Nesse modelo, a responsabilidade é limitada às quotas de cada sócio, garantindo proteção e equilíbrio nas decisões.

Essa natureza jurídica facilita:

definição clara das funções;
divisão de responsabilidades;
organização administrativa;
participação no capital social;

Além disso, a LTDA é amplamente aceita por instituições financeiras, investidores e programas de apoio empresarial.

Diferenças entre ME, MEI e EPP

Embora MEI, ME e EPP sejam mencionados juntos, cada categoria atende perfis totalmente diferentes. O que muda, principalmente, é o faturamento permitido, o nível de estrutura e a complexidade jurídica.

Veja a comparação:

MEI é o início: atende faturamento até R$ 81 mil, não permite sócios e possui tributo fixo mensal.

ME é o desenvolvimento: permite faturar até R$ 360 mil, aceita sócios e possibilita qualquer regime tributário.

EPP é o crescimento sólido: permite faturamento até R$ 4,8 milhões, oferece acesso a licitações e garante estrutura mais robusta.

Assim, podemos afirmar que o MEI é o começo, a ME é a profissionalização e a EPP é a consolidação do negócio.

Com isso entendido, vamos ao processo de abertura.

Como abrir uma Empresa de Pequeno Porte

O processo é semelhante ao de abrir qualquer empresa, mas envolve etapas importantes que devem ser realizadas com exatidão. Entre elas estão:

  • definir o CNAE adequado;
  • escolher a natureza jurídica;
  • enquadrar como EPP;
  • selecionar o regime tributário;
  • registrar na Junta Comercial;
  • emitir CNPJ;
  • realizar inscrições municipal ou estadual;
  • obter licenças e alvarás.

Quando realizado com orientação contábil, todo o procedimento se torna rápido, seguro e totalmente dentro da lei.

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Conclusão: EPP é o caminho natural para empresas que desejam crescer com segurança

Empresa de Pequeno Porte é uma estrutura completa e preparada para negócios que querem crescer de forma organizada, sustentável e competitiva. Ela permite contratar, expandir, acessar crédito, participar de licitações e escolher regimes tributários mais adequados.

No entanto, para aproveitar todos esses benefícios, é essencial contar com uma contabilidade especializada, capaz de orientar sobre CNAE, regime tributário, enquadramento, planejamento fiscal e oportunidades de economia.

SABER Contábil está pronta para acompanhar você em cada etapa — desde a abertura até o crescimento contínuo da sua EPP. Fale agora com a SABER Contábil e descubra a estrutura mais vantajosa para o seu negócio, pagando apenas o necessário e mantendo tudo dentro da lei.

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